TRATAMENTO
Abrangente e integrativo
MODELO DE TRATAMENTO
O Modelo de Tratamento Utilizado na “PORTA12” é o afamado modelo de tratamento americano, o “Modelo Minnesota”. Este Modelo, desenvolvido no início dos anos 50, é de longe o modelo de tratamento mais amplamente utilizado e que oferece os melhores resultados no tratamento de dependências; embora em Portugal ainda não esteja muito difundido e em muitos casos esteja descaracterizado.
Este Modelo é uma combinação do Modelo Médico (uma vez que advoga o conceito de doença crónica, mas com recuperação, também defendido pela OMS), a Filosofia do Programa de Recuperação de 12 Passos de Alcoólicos Anónimos e Narcóticos Anónimos (que comprova ser possível recuperar sempre e quando o dependente adira às propostas do programa), juntamente com os últimos avanços médicos, psicológicos e psiquiátricos. É assim um Modelo abrangente e integrativo.
O problema é assim entendido como uma Doença Primária, Crónica, Progressiva e Fatal; que afecta o indivíduo em termos físicos, emocionais, psicológicos, existenciais e sociais, pelo que o tratamento é individualizado e baseia-se numa abordagem bio-psico-social, que trate o problema em toda a sua dimensão e que sirva de suporte para o indivíduo ao longo da sua vida.
Trata-se de uma bordagem integral e multidisciplinar, marcadamente humanista, orientada para dois objectivos a longo prazo: a abstinência de todo o tipo de drogas e a obtenção de um novo modo de vida, traduzido numa vida de qualidade com saúde física, psicológica e emocional.
PROGRAMAS DE TRATAMENTO
O tratamento na “PORTA12” é um tratamento grupal, intensivo e de curta duração (com internamento de 12 a 16 semanas) para que possa produzir mudanças rápidas na vida das pessoas. O tratamento pode ser resumido em termos de um processo dinâmico sequencial ou como um programa sistémico de três fases que se inter-relacionam:
Aceitar a impotência face ao problema;
Esta é a primeira meta do tratamento, uma vez ultrapassada a desabituação química assistida e processo de avaliação psicológica e psiquiátrica, há que consciencializar o Utente acerca do problema, da sua impotência em relação às substâncias que alteram o seu humor e estado de consciência e do impacto que o seu comportamento problemático teve nas diferentes áreas da sua vida. Nesta fase ajuda-se o paciente a reconhecer e aceitar o facto de ter perdido o controlo sobre a sua vida por causa da sua adição ao álcool ou drogas.
Reconhecer a necessidade de mudança;
Nesta fase é imperioso que o utente reconheça que é imprescindível e vital mudar o seu comportamento e que dessa mudança depende a sua sobrevivência. Há que transmitir e levá-lo a acreditar que ele tem a capacidade para fazer essas mudanças. Outro aspecto importante é ajudar o paciente a perceber toda a estrutura do programa de tratamento. As rotinas básicas a levar a cabo não são mais que um treino que posteriormente os ajudará a alcançar e a manter as mudanças necessárias. No período de internamento aprendem e treinam uma série de competências intrapessoais e interrelacionais que postas em prática lhes facilita a manutenção da abstinência e a sua recuperação. Apresenta-se ainda aos utentes os grupos de auto-ajuda de AA e NA, onde encontrarão um bom suporte social, relações de ajuda e uma ferramenta essencial para poder realizar o trabalho que a sua recuperação exige e evitar a recaída.
Planear para actuar;
A terceira meta do tratamento é orientar o utente para a “acção”, com base num profundo autoconhecimento e consciência adquirida durante o processo. É necessário tomar decisões, mudar padrões de comportamento e atitudes facilitadoras dos consumos, libertar-se das características da personalidade que potenciam sentimentos perigosos para a recuperação.
É importante ainda ajudar o utente a visualizar e a identificar a necessidade de redesenhar um projeto de vida com base nos fatores de risco e de proteção para a recuperação.
Para a “PORTA12” esta é a 2ª etapa do tratamento, a que requer mais esforço e atenção por parte do utente e que determinará o sucesso no processo de recuperação. Tecnicamente, os cuidados continuados começam depois do utente concluir um programa de internamento e está pronto para ser reintegrado na comunidade. Saído do ambiente protegido do Centro as dificuldades reais começam a surgir e a ajuda é agora imprescindível. O objectivo dos cuidados continuados não é apenas evitar a recaída. O objectivo final é mantê-lo envolvido com os princípios da recuperação enquanto faz a transição do tratamento para a vida real. Ao enfrentar os desafios de uma vida em sobriedade, o serviço de pós-internamento pode ajudá-lo das seguintes maneiras:
- Ajudar a lidar com o “desconforto” inicial da sobriedade e com a condição de se ser um dependente em recuperação
- Ajudar a fazer escolhas saudáveis sobre o seu estilo de vida, atividades e relacionamentos
- Reforçar as habilidades que aprenderam para lidar com o stresse e emoções fortes
- Ensinar a identificar os seus próprios gatilhos e evitar uma recaída
- Ensinar a minimizar eventuais danos ou consequências caso tiver comportamentos inapropriados
- Facilitar-lhe acesso a relações significativas e grupos de apoio.
O tratamento na “PORTA12” contempla também um programa familiar que se organiza enquanto experiência semanal que é educativa e vivencial.
A família recebe a mesma informação que o Utente. Ajudar e preparar a família para receber o utente de volta; ajudar a família a identificar e quebrar padrões de funcionamento e comunicação disfuncionais, a desprender-se do problema, mas não da pessoa, a responsabilizar o utente em vez de o controlar.
Outro objectivo fundamental é ajudar a família a compreender o conceito de doença familiar e deixar que o utente resolva os seus problemas enquanto os demais continuam a viver a sua própria vida. O Programa familiar é específico e pode incluir todos ou apenas alguns membros, dependendo das necessidades da família.
O Programa familiar é também de curta duração e ocorre em simultâneo com o tratamento do utente.
O programa de família inclui:
- oportunidades de visita todos os sábados à tarde,
- programas de família intensivos em dias a determinar pela equipa
- atualizações por telefone para membros da família
- sessões de terapia familiar (se clinicamente apropriado)
- duas conferências de família
TECNICAS PSICOTERAPEUTICAS
ENTREVISTA MOTIVACIONAL
FACILITAÇÃO DE 12 PASSOS
ACONSELHAMENTO
TERAPIA DE GRUPO
TERAPIA DA REALIDADE
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
TERAPIA RACIONAL EMOTIVA
TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALETICA
NARRATIVAS
TERAPIA FAMILIAR
PREVENÇÃO DA RECAÍDA
VIDEOTERAPIA
MEDITAÇÃO
PSICOEDUCAÇÃO
ERGOTERAPIA
